quarta-feira, 27 de abril de 2011

Muro Imaginário

Algo tão bizarro
Esquisito
E diferente

São dois mundo diferentes
Duas raças distintas
Duas realidades afastadas

Isso é bizarro
Porque somos iguais por dentro

Pensamos,
Falamos e
Sentimos

O que nos separa
Não é
Uma cerca
Um vidro
Um guarda

Mas sim
Nossa razão
Sentimentos
E pensamentos imundos

Separados
Por uma ideologia
Afastados
Por um sentimento
Desprezados
Por um pensamento






Ermanno Noboru Medeiros

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Medo do Escuro

Não me deixe só
Aqui,
Nesse lugar escuro

Não quero ficar sozinho
Nesse lugar
Tão vazio
E frio

Tenho medo
Do escuro

Tenho medo
Daquilo que não consigo ver
Daquilo que não posso sentir
Daquilo que não posso tocar

Tenho medo
Das minhas razões
Das minhas teorias
Das minhas racionalidades

Tenho medo
Dos monstros que criei,
Das razões que falei
E da incredulidade que pensei

Não me deixe só
Perdido em meios aos pensamentos
Boiando em minhas teorias

Não me deixe só
Com minha mente
Racional e fria

Traga-me um pouco de fé
Para que eu possa esquecer
Meu lado racional
Meu lado cientifico
Meu lado teórico

Ermanno Noboru Medeiros

terça-feira, 12 de abril de 2011

Eu fico feliz quando você chora!

Você acredita
Que vou fazer você feliz?
Que vou acabar com seus problemas?
Que vou melhorar sua vida?

Isso tudo é ilusão
Uma mera farsa
Um teatro

No papel
Na tela
Sou bom

Mas na vida real
Não quero nem saber quem é você

Eu ganho dinheiro
Com a sua desgraça
Eu ganho dinheiro
Com a sua dor
Eu ganho dinheiro
Com seus problemas

Não quero solucionar suas dores
Eu quero rasgar mais
Suas feridas
Para poder lucra
Com as vendas

Não vá acreditando
Que sou bom
Eu só que apenas seu dinheiro






Ermanno Noboru Medeiros

Planeta Metálico

Respirar um pouco
Desse ar carregado
De metais pesados

Pisar nesse chão
Duro como rocha e
Frio e gelado

Alimentar nossas crianças
Com comidas Industrializadas
E processadas
E temperadas
Com o mais saboroso dos venenos

Agir como maquinas
Sem coração
Mais com um processador

Engrenagem
Rodam por toda parte
Moendo a carne fraca
Dos miseráveis

Dormir em casulos
Organizados
Como se fossemos
Meros arquivos

Esse é o meu querido
Planeta Metálico
Industrializado
Avançado
E evoluído

E principalmente
Morto





Ermanno Noboru Medeiros

Posso parar o tempo?

Ah, quem dera
Se eu pudesse parar o tempo!
E viver
Esse momento!

Esse momento de paz,
Alegria
E harmonia

Esse momento de união,
Força
E esperança

Esse momento de fartura
E esquecer
Que um dia éramos miseráveis

Esquecer a dor
Da rejeição
Do preconceito
Das feridas

Parar o tempo
Nesse momento
Que as armas caem

Parar o avanço
Da humanidade
Da tecnologia

Para as lagrimas
Do rosto magro
Daquelas crianças famintas

Ah, quem dera se eu pudesse para o tempo!



Ermanno Noboru Medeiros

sábado, 2 de abril de 2011

Mundo Mágico

Fecho os olhos
E vejo um mundo
Tão fantástico

Um mundo mágico
Com seres fantásticos
E finais felizes

Um lugar bom
Um lugar sem medo
Um lugar feliz

Não sinto dor
Não sinto medo
Não sinto desespero

Abro os olhos
E fecho o livro
E olho para os lados

E vejo:

Um lugar morto
Um lugar destruído
Um lugar acabado

Tenho medo
Tenho dor
Tenho fome

Será que existe
Um mundo tão
Tão distante assim?
Onde mora a fantasia
E a magia

Alguém,
Por favor
Me leve pra lá
Pois não agüento mais
Minhas feridas



Ermanno Noboru Medeiros

Ocioso Teto Branco

Nada pra fazer
Nada pra falar
Nada pra pensar

Deito em minha cama
Olho para cima
E vejo

Meu querido
E amado
Ocioso Teto Branco

Olho
E imagino
Por trás daquilo

Todo branco
Tão vazio
E confuso

Minha mente
É inundada
Por pensamentos

Pensamentos imundos
Loucos
Insanos

Vejo desenhos
De coisas
Imprudentes

Sim, esse é
Meu querido
E amado
Ocioso Teto Branco



Ermanno Noboru Medeiros

Rosa sem Cheiro

Rosa do campo
Rosa bela
E cheirosa

Tu és formosa
Tu és única
Tu és especial

Mas o que foi
Que aconteceu
Contigo?

Agora é só plástico
Agora é só papel
Agora tu és artificial

Por que tu deixaste
Que destruísse
Seu belo corpo?

Só por fama?
Só por medo?
Só por dinheiro?

Perdeste sua beleza
Perdeste seu cheiro
Perdeste sua essência

Agora tu és
Somente
Uma rosa artificial
Em cima da mesa






Ermanno Noboru Medeiros