domingo, 11 de julho de 2021

Overwhelmed

 

Pinga o pingo todo tempo

Pinga o pingo sem parar

De pingo em pingo

O copo explodirá


A alma inchada

O corpo fadigado

Tudo uma bagunça

Uma tormenta caótica


Dúvidas permeiam minha mente

O pensamento desenfreado

O medo incontrolável

A carne treme sem parar


Como uma cachoeira

Uma torrente angustiante

Invade o interior

Extravasa agressivamente

Em uma chuva carmesim


Não é algo perceptível

Não é de uma só vez

São pequenas gotas

Como uma fina garoa

Que instante torna-se uma enxurrada


A coluna envergada

O peso insuportável

O desespero aflora

O medo é vindouro


Olhei para os céus

Quem há de interceder por minha causa?

Quem ouvirá minhas preces?

Quem aliviará meu fardo?


O medo da explosão

Que não é mais contida

O coração abalado que rasga

O tanto para desabafar

O tanto para falar


Olhei para os céus

Quem ouvirá meus lamentos?

Quem há de entender que humano sou?

Quem entenderá minha dor?


Pinga o pingo todo tempo

Pinga o pingo sem parar

De pingo em pingo

O copo explodirá



Ermanno Noboru Medeiros