Como animais presos em uma caixa
Confinados a apertar um mesmo botão
Para garantir mais um dia de vida
Resumindo a vida em uma rotina monótona e ridícula
Com medo do meio externo e suas armadilhas
Como um músculo que nunca foi usado
Essa região vai se atrofiando
E encolhendo em um canto do nosso oco crânio
Deixando morrer os nossos pensamentos
Deixando apodrecer nossas ideias
No processo de formação intelectual
Aprendemos
Como apertar o botão
A maneira correta de apertar o botão
O jeito de apertar o botão
A arma mais útil
Nessa guerra sociatica
Abandonamos com nossas habilidades
Rebaixando a meras engrenagens
Que movimentam essa enorme maquina
É melhor ter um exercito de acéfalos
Do que ter um ser pensante
Pois os acéfalos executam ordem cegamente
Pois tem medo de sair da caixa
Pois nunca usaram seus músculos
Atrofiados e encolhidos
Vivem suas vidas com medo
Dos pesadelos que rodeiam o exterior da caixa
Contentam-se com a pequena porção de ração
Liberada após apertar inúmeras vezes o mesmo botão
Dizem estar evoluindo
Que estão no caminho do progresso
Mas quando mais se aprofundam nessa vida
Mais se tornam maquinas
Maquinas de uma linha de produção
Que passam o resto de suas vidas
Apertando o mesmo botão
Fazendo aquilo que foram programas a vida inteira
Apertando um mesmo botão gasto
Em uma rotina monótona
Gerando lucro a seus donos
Confinados em uma caixa
Presos pelos seus medos
Passando as suas vidas apertando um mesmo botão
E se contentando com a pequena porção de ração
Atrofiando sua massa encefálica
Babando e balbuciando palavras sem nexos
Atrofiam o melhor músculo do corpo
Destroem as melhores ideias
Matam os principais pensamentos
Pois tem medo de sair da caixa
Tem medo de viver de verdade
Já não tem mais força
Já não tem mais coragem
Atrofia encefálica
Isso resume tudo
Que acontecem
Em nossa pequena caixa
Ermanno Noboru Medeiros
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