sexta-feira, 22 de março de 2013

O Capitão de Privadas - Capitulo 2



Pra ser mais exato, fui contratado para ser garçom no Palladin’s. Essa era a primeira tarefa, que por sinal não executei de maneira perfeita.
Desde criança criava estórias fantásticas com a minha imaginação. O que era uma simples brincadeira acabou se tornando um dos meus melhores dons. Sempre gostei de usar a minha imaginação, e com o tempo fui transferindo isso para a área da escrita. Pouco tempo depois me tornei um poeta visionário, pra ser sincero, um sonhador. Sempre sonhei com um mundo onde as pessoas eram felizes. Por isso escrevia com maior frequência poesias de conselho, era pouco, mas era tudo que conseguia fazer para ajudar as pessoas.
Isso afetou muito a primeira tarefa do meu trabalho. Errava muito os pedidos e sempre esquecia alguma coisa. Meu chefe não gostou muito disso e não via um bom garçom em mim.
Então fui rebaixado a faxineiro. Meu chefe sentiu aliviado, porque fui rebaixado ao mesmo tempo em que o antigo faxineiro jogou o balde na cara dele. Pobre rapaz, o estresse estava matando ele.
Você acha que não fiquei com medo de ser demitido? Por isso, na minha segunda tarefa a executei com mais seriedade. Foi nesse ponto que percebi que todo pessoa precisa amadurecer se quiser continuar em busca de seus sonhos.
Essa situação me fez lembrar o quando eu era imaturo. Nessa hora todo mundo lembra o que o pai ou a mãe falou no passado: “Você ainda é uma criança!”.
Talvez seja por isso que não consegui passar no vestibular. Mas nunca é tarde para amadurecer a mentalidade, ser mais responsável. Ainda mais agora que não estava mais perto dos meus pais, agora era responsável pela minha vida.
Daqui pra frente, como diria o ditado popular, tenho que matar um leão por dia.
Não foi fácil, mas tinha que fazer, perder o único emprego que consegui seria uma falha imperdoável.
Talvez é nesse ponto que deixei de ser uma frágil criançinha e passei a ser um adulto.
E é nessa fase de adulto que a minha historia se desenrolou com mais intensidade.




Ermanno Noboru Medeiros

quarta-feira, 20 de março de 2013

Filme da minha vida



Aquela mesma cena
Aquela mesma música
Continua tocando sem parar

Tudo aquilo que aconteceu
Ainda volta pra me atormentar
Volta pra me assustar

Aquele mesmo filme ainda passa
Em minha atrofiada mente assustada
Aquele mesmo filme de terror
Que faço de tudo pra apagar

Eu era o herói atormentado
Eu era o que sempre chorava
Por sempre perder a batalha

As mesmas marcas roxas
Sempre ampliadas
Nesse velho filme

Agora cresci
Agora me tornei em vilão
Sem querer fiz tudo igual

Tenho medo de mim
Tenho medo de mim
Tenho medo do que me tornei

Aquele mesmo filme ainda passa
Em minha atrofiada mente assustada
Aquele mesmo filme de terror
Que faço de tudo pra apagar

Por favor
Alguém apague isso tudo
Por favor
Alguém queime esse filme
Por favor
Alguém me liberte desse passado

Não quero mais ser assim
Não quero mais assistir essa cena
Não quero mais viver esse filme

Por favor
Alguém queime esse filme!

Aquele mesmo filme ainda passa
Em minha atrofiada mente assustada
Aquele mesmo filme de terror
Que faço de tudo pra apagar

Aquele mesmo filme de terror
Que faço de tudo pra apagar




Ermanno Noboru Medeiros

A Montanha-russa



A vida parece muito com uma montanha-russa

Quando conhecemos
Deparamos com uma enorme montanha
Cujo topo é almejado por todos

Mas nem todos irão subir
Uns nem vão tocar nela
Outros vãos desistir no meio do caminho

Mas tende com bom animo
Escale-a com toda sua força
Sempre degrau por degrau

A caminhada irá parecer infinita
O topo um lugar inacessível

Mas quando você chegar
Contemple a vasta vista do alto
E então se lance em direção á adrenalina

Sinta seu corpo ganha velocidade
Viva com intensidade esse sentimento
E as outras montanhas você irá passar em um piscar de olhos

E quando finalmente você estiver perdendo velocidade
E a pista acabar
Você irá olhar para trás

E um sentimento nostálgico invadirá o seu ser
E no fundo do seu coração você irá dizer:
Valeu a pena!



Ermanno Noboru Medeiros