sábado, 16 de novembro de 2013

Dias de chuvas



A chuva cai do céu
E escorre pelo chão
As pessoas se escondem em suas casas
Enquanto eu passeio pela rua
Assim são os meus dias de chuvas

O vento forte bate nas árvores
E elas se encurvam
O vento forte bate no varal
E leva embora o lençol

As gotas molham
A terra seca
As gotas molham
A minha roupa suja

A rua está deserta
Não há ninguém andando
E eu observo o mundo
Tudo quieto
Tudo em seu estado original

As pessoas observam o cedo
Tentando prever o dia de sol
Eu me molho na chuva
Esperando o sol me secar

Eu vivo esse momento
Aprecio essa hora
Espero o sol aparecer
Espero um dia feliz surgir

Assim são os meus dias de chuvas



Ermanno Noboru Medeiros

Uma breve análise sobre a guerra



Muito se fala
Muito se discute
Mas até hoje não achamos um meio de parar
Muito menos um meio de amenizar

O que sempre haverá de critica
O grande número de homens
Sacrificados por meros desejos
Ou para deter uma ameaça grande

Mas o maior problema não é aqueles que foram
Mas sim aqueles que ficaram
Pois aqueles que foram receberam descanso eterno
E aqueles que ficaram deveram combater as consequências
E acima de tudo, deveram vencer seus medos
E suas angústias

Aqueles que ficaram não são soldados ilesos
Eles foram atingidos
Mas com um golpe em suas almas
Uma ferida é aberta em suas almas e seu sangue espiritual é derramado aos poucos
Suas mortes são lentas e dolorosas
Até um dia que sua alma falece e seu corpo se torna um recipiente vazio
Por acaso um homem pode viver sem alma?

Alguns podem dizer que a guerra é boa
Pois como a humanidade saberá o que é a luz sem antes conhecer as trevas?
Pois os netos da guerra banalizam o que temos como harmonia
Talvez porque nunca sentiram a verdadeira dor da perca

Mas para que a guerra chegue ao tal ponto de ser educativa
A sociedade decaiu até um ponto sem retorno
Onde a falsa sensação de liberdade cria a ilusão de poder em suas mentes
Pois suas mentes confundem o fato de andar livremente com agir livremente
Cometem atos impensáveis
E acreditam que são verdadeiros deuses e que a morte é uma lenda

Quando um soldado entra no campo de batalha
Então ele percebe que não é um deus
Pois ele não pode fazer nada quando vê seu amigo de infância cair
E a cada explosão faz sua carne estremecer
Pois seus olhos enxergam a morte pairando sobre suas cabeças
E então no ápice da guerra
O soldado percebe que ele é só um humano

E então o governo vibra quando vê os sobreviventes chegando
Eles comemoram a volta triunfal de seus heróis
Volta?
Esses que chegam não são aqueles que foram
Pois todos morreram em campo
Aqueles que voltam são outras pessoas
Uns possuem medo
Outros possuem a insanidade

Suas almas foram fragmentadas
Seus sonhos foram mortos

As feridas são saradas
As memórias esquecidas no tempo
E quanto tudo voltar ao seu ponto de origem
Uma nova guerra nascera

Pois essa é a natureza do homem
Essa é a essência humana

Guerra atrás de guerra
Para entreter suas mentes vazias




Ermanno Noboru Medeiros