sábado, 14 de novembro de 2015

Éramos iguais?



Eu pensava que éramos iguais
Que não havia diferença entre nós
Éramos tão lindos
Semelhantes ao um jardim
Cheio de cor e de vida
E os pássaros celebravam a harmonia
E as abelhas espalhavam o futuro

Mas em algum momento
Alguém acho que rosas vermelhas
Eram a cor ideal
E como uma chuva quente
Seus pinceis de fogo pintaram a terra
De um vermelho depressivo

Mataram nossas sementes
Injetando o mais puro veneno
Do ódio e da falta de perdão
O que será de nós sem os futuros frutos?
Será que os passarinhos vão ter casas?

Deitado no eterno jardim
Com os olhos perdidos nas nuvens
Eu sonhei com tudo diferente
Sonhei com vários sorrisos
Sonhei que éramos iguais

O que nós faz diferente?
Dentro de nós só há idéias
Será que sou tão cego para não enxergar
Eles gritam
Eles separam
E eu fico para atrás sem entender

Eu só queria brincar na areia
Eu só queria passar a tarde com os meus pais
Não dormir para sempre
Nas espumas do que um dia foi uma onda

O jardim que eu vivia era tão linda
Cheio de vida e alegria
Cheio de cor e harmonia
E agora eu estou perdido
Em um mundo vermelho e entediante

Para onde foram os pássaros?
Para onde foram as abelhas?
Será que ainda há vida lá?
Será que ainda há cor lá?
Será que ainda há esperança lá?

Eu só queria viver esse doce sonhos de criança
Rir sem se preocupar
Amar sem pagar
Viver sem medo



Ermanno Noboru Medeiros  

domingo, 25 de outubro de 2015

O nosso maior inimigo



Você está perdido
Em meio ao nada

Em uma noite silenciosa
As vozes já ecoam

Aquele velho sentimento
Aquela velha falta de ar

Lembrando em um loop infinito
Uma filme que jamais acaba

Em meio ao bizarro show da vida
Sozinho em meio ao palco
Varias luzes em seu rosto

Em meio aos gritos ofensivos
Em meio aos frutos lançados
Em meio as vaias e risadas

Ele te encara no meio do público
Ele te condena com seus afiados olhos
Ele te critica duramente

Você perde o balanço da dança
Você esquece a fala
Você se perde em meio ao tornado

E ele não faz nada
Só te observa

Em meio ao oceano do seu coração
O que se encontra?
O que será que está escondido?
Se não só você
Simplesmente só você!

Olhe nos olhos
Encare profundamente

Sim!
Você é o seu pior inimigo!

Olhe novamente
Encare em seu olhos
E grite bem alto

Faça seu mundo estremecer
Faça seu mundo vibrar
E em meio ao barulho produzido
Silencie todas as vozes

Não é hora de se cobrar pelos erros passados
Não é hora de ser igual aos outros
Não é hora de se perder em meio de tantas criticas

Agora é hora de você ser você mesmo!
É hora de você ser você!
E mais ninguém!

Respire bem fundo
E vá em direção as luzes do palco

Vá até ao seu limite
Vá até onde você pode ir
Cante até não ter ar para respirar
Dance até não ter mais forças
Atue até o último minuto

Esse é o seu palco!
Essa a sua vida!

Não perca tempo se cobrando
Conforme os outros te criticam

Seja você mesmo!
Seja você!

Vença a si mesmo
E sinta os aplausos que a vida retornara para você!




Ermanno Noboru Medeiros

domingo, 7 de junho de 2015

Apagados pelo tempo



Você reclama da paz que vive
Você menospreza o belo berço em que nasceu
Gritamos que tudo é tão aborrecedor
Sempre caçamos um conflito ou uma briga
Tentamos ocupar nossas vazias mentes com intrigas

Mas você não sabe o que é perder noites de sono
Imaginando que amanha não haverá um futuro
Que suas doces crianças não irão colher flores
Cujas noites serão embaladas ao grito de dor profunda

Você sabe o que é carregar o peso do mundo em suas costas?
Saber que milhões de vidas estão em jogo?
O que faria?
Mesmo sabendo que você não tem culpa
Você daria a sua vida?
Você perdoaria aqueles que roubaram a sua paz?
Você sacrificaria sua vida por um futuro incerto?

O que você faria diante disso tudo?

Você plantaria flores mesmo sabendo que você não vai ver?
Você plantaria mesmo sabendo que você não irá saborear?
Você pintaria o céu azul mesmo sabendo que só os seus netos vão ver?

O que você escolheria?

Abandonar seu doce confortável sofá e lutaria por mais um dia?
Ou simplesmente deixaria tudo se consumir?

Todos procuramos medalhas e troféus diante as mãos dos homens
Queremos grande quadros pendurados em luxuosas paredes
Visualizamos grandes e imponentes estatuas em nossos túmulos
Sonhamos com os nossos nomes estampados em livros e discursos

Como você suportaria uma vida de anonimato?

Você iria mesmo sabendo que todos irão te esquecer?
Você iria mesmo sabendo que seu nome será apagado?
Você iria mesmo sabendo que as futuras gerações não irá dar valor?
Você iria mesmo sabendo que haverá pessoas reclamando como você?

O que você faria?

Por que reclamamos tanto?
Por que nada está bom?
O que está errado em nos?
Por que simplesmente esquecemos o quão difícil foi?
Por que simplesmente deixamos tudo morrer?
Por que deixamos o vento levar as nossas razões?

Muitas perguntam ficam
Nas lagrimas daqueles que não entendem
Olhamos para o passado
E continuamos cometendo os mesmos erros no futuro
Sempre andando em um eterno circulo vicioso

Você plantaria flores para embelezar o caminho dos seus netos?

Somos tão egoísta
Temos medo de perder todos os nossos prazeres fúteis
Temos medo dos nossos desejos
Vivemos sobre as sobras dos nossos medos

Será que um dia iremos entender o verdadeiro sentindo?
Será que um dia iremos entender o verdadeiro amor?
Será que um dia iremos viver esse verdadeiro amor?

Mesmo sabendo da solidão
Mesmo sabendo do desprezo
Mesmo sabendo que não haverá recompensa
O sacrifício vale a pena
Pois nem tudo está perdido
Há esperança como um pequena flor que nasce nas fissuras do asfalto

Heróis fazem o que deve ser feito
Independentes das conseqüências


Uma breve homenagem aos heróis esquecidos pelo tempo

Ermanno Noboru Medeiros             

domingo, 24 de maio de 2015

O espírito de fogo



O que impulsiona o ser humano?
Qual é o combustível que nos alavanca?
Quais sãos as nossas motivações?

Eu tenho medo
Eu respiro o medo
Eu sinto o  medo

No meio do grande coliseu
O pesado ar que inalo
Sobre a pressão dos olhares
Tento me reerguer

Em meio de uma visão turva avermelhada
Pelo sangue que lava minha face
Tendo fitar meu foco

O medo de cair estremece minha frágil carne
O medo de sentir a afiada lamina da foice da morte
O medo da humilhação e do desprezo

Será que é o medo que impulsiona tudo?
Será o medo o meu combustível?
Será o medo o que me faz levanta?
Me diga estúpido coração
Será que eu luto por medo?

Não!
Não mesmo!
Jamais!

Deus!
Clamei por ti com os olhos fixos ao céu
Deixe meu espírito queimar!
Deixe meu espírito voar!
Liberte-me das correntes da opressão!
Liberte-me das correntes dos meus inimigos!
Assim como Tu livrastes meu irmão das garras das bestas
Ouça o ultimo suspiro do seu filho
Me liberte desse medo!

Meu espírito como uma grande ave de fogo
Rasgou os céus em um grito forte e estridente
Paralisando até os que só assistiam

Meu fervente sangue como uma lava incandescente
Corria por dentro de minhas artérias
Com uma violência e velocidade monstruosa

Minha espada percorria aqueles coliseu
Como uma enorme e imponente onda
Que com sua força avassaladora
Destruía e consumia tudo que estava na sua frente

Liberte-se dos seus medos
Deixe seu espírito queimar livremente
Deixe o calor de seu coração espantar o frio do medo
Deixe suas chamas consumirem

Não tenha medo de perder
Não tenha medo de cair
Com a queda levantamos
Com a perca aprendemos

Nada é nosso se não por merecimento
Não seja invejoso ou queira possuir algo
Conquiste
Assim como o florista que conquista a beleza das borboletas
Ele não as prende em uma gaiola
Mas deixa elas livres para voar em seu jardim
Pois se um dias elas voarem pra longe
Um dia elas irão retornar

Não permita que roubem sua felicidade
E nem muito menos sua paz
Pois ambas são adquiridas com a verdadeira gratidão
Que carregamos em nossos corações

Sejam verdadeiramente gratos
E não gastem energias com lamentações
Use essa energia para correr
Correr em direção aos seus sonhos
Como um indomável tigre que corre em direção a sua caça

Temos por direito o nosso tempo de amargura
De chorar por nossas feridas
Mas esse não é um bom lugar
Levante-se e vá conquistar o que é seu por direito

Não se preocupe se há pessoas que planejam sua queda
Não se importe se desejam o seu mal
Nem todos querem ver sua desgraça
Há aqueles que precisam do seu espírito motivador
Não negue os abraços motivadores
Não desista daqueles que são inocentes
Não abra mão daqueles que são importantes

Faça por você mesmo
Faça por seu orgulho
Faça tudo valer a pena no final
Faça tudo ser valido

Não viva por viver
Deixe seu legado
Deixe sua marca
Motive as novas gerações

Deixe seu espírito queimar
Livremente por esse enorme céu azul!


Ermanno Noboru Medeiros       

domingo, 3 de maio de 2015

Mais que um alguém



Dos vários rostos que há nas ruas
Da grande variedade de personalidades
Sempre há alguém que se destaca

Não é um alguém
E mais do que um alguém
Pois não é qualquer pessoa
Não é qualquer rosto

Há algo especial em seus olhos
Uma doce luz serena
Que aquece meu coração
Me faz acreditar que há esperança

Seu singelo e simples sorriso
Meigo e belo
Contagia meu espírito
E faz transbordar uma alegria pura

Não é apenas mais um rostinho
Mas é algo que se destaca
Se diferencia no meio de tantas pessoas

No meio de uma multidão
Seu coração irradia uma luz bela
Que é mais forte que os outros
Facilmente reconhecida

Mesmo sendo como eu sou
Com seus doces braços me aceitou
Em seu abraço sinto carinho
Me faz dormir em paz
Faz acreditar

O qual é especial para mim
Não é qualquer rostinho
Não é mais alguém

É mais que um alguém
É mais que um sentimento
É o meu amor!

Ermanno Noboru Medeiros