sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A viagem da minha vida


Nada nessa vida
É para sempre
Tudo é passageiro
Como o ônibus
Em que estou.

Para que chorar?
Sendo que
Em breve
Chegaremos em casa

Não vai demorar
Logo trocaremos
De ônibus

Mas lembre,
Do que adianta
Gastar riquezas no ônibus
Sendo o que importa é nossa casa

É difícil,
Eu sei
Mas o mais importante
É o que carregamos
Nos nossos corações

Entenda,
Essa não é nossa casa
É apenas um estado
Passageiro

Não chore,
Porque o banco está rasgado
Há pessoas em pior estado
Que nem pode entrar nesse ônibus

Não chore,
Pois logo
Chegaremos em casa


Ermanno Noboru Medeiros

Meu pequeno Mundo


Vivo um sonho
Sim, vivo uma ilusão
Uma fantasia
Criada por mim

Não quero sair daqui
Não quero ir embora
Não quero acordar

Não me acorde
Pois estou cansado
De ver promessas
Mal feitas
Ditas por hipócritas

Não me chame
Pois meus ouvidos
Estão cansados
De ouvir os gritos
De dor
Daqueles que sofrem
O que não merecem

Não me acorde
Pois cansei
De viver
Essa sociedade
Saturada de medo

No meu mundo
Ninguém morre
Ou passa fome
Ou sente dor

Por favor
Não me acorde
Pois prefiro
Viver essa fantasia



Ermanno Noboru Medeiros

A ilusão sonhada por um coração enganado


Abri os olhos
E vi
Um mundo diferente

Sim...

Era totalmente
Diferente

Não havia guerra,
Ou fome,
Ou miséria

Todos viviam
Uma felicidade
Que parecia não acabar

Esse mundo
Era perfeito

Meus olhos abriram
E percebi
Era um sonho
Ou melhor...

Uma ilusão

Uma ilusão
Criada
Por meu coração

Feita para aliviar
Minha dor
Ao ver o estado
Da minha nação

Eu gostaria que fosse verdade



Ermanno Noboru Medeiros

Armas de Ventos


Somos
A raça mais evoluída
Somos
Seres racionais

Mas que esquisito
Somos os seres mais divididos
Do nosso universo de horrores

Criamos dogmas e paradigmas,
Para nos separar
De uma minoria

Mas que bizarro,
A arma mais forte
Se rasga e quebra fácil,
O que mata
Não é o ferro e nem o fogo
Mas sim as palavras
Jogadas no ar
Que estraçalha
A nossa sociedade fragmentada

Veja,
As nossas medalhas
Veja,
O nosso legado bizarro

Mas o perigo
Não é o fogo ou o ferro,
Mas a mente perversa
Dos estrategistas de guerra

Criamos dogmas e paradigmas,
Para justificar
As nossas conquistas

Mas que bizarro,
A arma mais forte
Se rasga e quebra fácil,
O que mata
Não é o ferro e nem o fogo
Mas sim as palavras
Jogadas no ar
Que estraçalha
A nossa sociedade fragmentada


Ermanno Noboru Medeiros

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Oração de uma Criança


Papai do céu,
A mamãe falou pra mim
Que eu pedisse para o Senhor
Que protegesse meu papai
Porque ele foi brigar
Com os homens maus

Papai do céu,
A mamãe falou pra mim
Que brigar é feio
E o Senhor não gosta,
Mas,
Por que o meu papai
Tá brigando?
Você vai ficar bravo
Com ele?
Não fica não,
Papai foi, porque brigaram com ele

Papai do céu,
O homem da T.V.
Falou que essa briga
Vai ajudar meu país
Mas eu não quero isso!
Mamãe chora,
Papai chora,
Até eu choro
Isso dói

Papa do céu,
Abraça o meu amiguinho da escola
Ele falou que
Não tem mais papai
Porque ele também foi brigar
Mas não vai voltar
Meu amiguinho tá triste
Será que eu vou perder
O meu papai?
Traz o meu papai de volta

Papai do céu,
Quando eu brigo
Com o meu amiguinho,
Minha mamãe fala
Pra eu pedir desculpa.
Porque o homem da T.V.
Não pede desculpa
E volta a ser amiguinho
Do homem do outro país?
Assim meu papai
Volta pra casa
Ai mamãe fica feliz,
Papai fica feliz,
E eu fico feliz

Pai do céu,
Só te peço uma coisa,
Traz meu papai de volta
Porque meu coração dói




Ermanno Noboru Medeiros