segunda-feira, 11 de julho de 2011

Agradecidos pela Guerra

Não chore
Já foi
Mesmo porque
Eles não vão voltar

Olhe,
Eles não eram necessários
Eles eram estorvos

Não existe
Mudança
Sem sacrifício

Veja
O novo mundo
Que construímos
Em cima deles

Veja pelo lado bom
Graças à guerra
 Temos historia,
Capital
E diversão

Olha,
Agora podemos
Contar nossos feitos heróicos
Para os nossos netos

As feridas causadas
Serão curadas
Com os medicamentos
Que iremos comercializar









Vladimir Von Mercen

domingo, 10 de julho de 2011

O que aconteceu?

Meu amor
O que fizeram com você?

Por que
Fizeram isso?

Olha pra você
Eles te maltrataram,
Destruíram seus sonhos,
Vandalizaram seu corpo

Usaram você
E simplesmente
Descartaram-te

Como isso?

Você era tão bela
Tão linda
Tão maravilhosa

Por quê?

Destruíram
Seus valores
Suas tradições
Seus sonhos

Sinto uma ira
Uma ira
Que nasce
Dentro de mim

Quero vingança
Mas,
Não posso agir
Como eles

Saiba
Que um dia
Eles iram pagar
Por aquilo que fizeram com você

Eu prometo







Ermanno Noboru Medeiros

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Quem eu sou?

Vivo a perguntar-me
O que eu sinto
Dentro de mim

Será que é verdadeiro?
Será tudo uma ilusão?

O meu coração atrofiado
Só saber querer
Sentimentos artificiais
Que um dia eu vi
Na T.V.

Preso em meios
As minhas ilusões
E nas minhas imaginações

Eu tento desesperadamente
Seu um pouco mais
Humano

Será que meus sentimentos
São reais?
Ou meros programas virtuais?
Que eles instalaram
Enquanto
Eu via um programa
De televisão

Cada hora
Eles falam
Que devo ser alguém

Mas quem é
Esse alguém?

Eu fico á perguntar-me
Quem eu sou?
Diante disso tudo
Quem eu sou?



Ermanno Noboru Medeiros

Não sou mais Criança

Cresci
Não sou mais uma criança

Tenho barba na cara
E pêlos pelo corpo

Já sei o que quero
Já sei o que vou fazer

Já não sou criança
Já não tenho o mesmo pensamento

Já sei o que quero da vida
Já sei o que quero da minha nação

A opinião é minha
E ninguém tira

Vocês querem comprar
Minha opinião
Com balas
E doces

Saibam que eu mudei
Doce engorda
E bala dá carie
E eu quero
Um futuro melhor
Pra minha nação

Eu não preciso de vocês
São vocês que precisam de mim

Agora
Vocês estão
Na minha mão

Cansei de ver
Vocês pisando
Na minha cara

Vocês acham
Que podem me comprar
Pois se enganaram

Saibam que eu mudei
Já não sou mais o mesmo

As velhas mentiras
Já não colam mais

As velhas desculpas
Já não funcionam mais

Vocês fizeram a festa
Na minha casa
Sem a minha permissão
Então
Chegou o acerto de conta

Pois agora eu sou o homem da casa








Ermanno Noboru Medeiros  

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Bem vindo ao Século XXII

Como areia
Que escorre
Nos meus dedos

O tempo
Acaba
E some

Onde era quarta
Hoje já é segunda

O tempo voa
Sobre nossas cabeças
Deixando um rastro
De dor

Hoje
Os anos são meses
Os meses são semanas
As semanas são dias
Os dias são horas
As horas são minutos
E os minutos são segundos

Nessa sociedade
O cronometro dispara
Para uma corrida
De dor
E sofrimento

Saímos
Do ventre
De nossas mães
Com data programada

Sinto saudade
Do tempo
Em que as horas
Eram dias

E os dias
Eram compridos
Ao seu lado

Esse é o século
Em que vivo
Esse é o nosso século
Em que moramos

Seja bem vindo
Ao sonhado
E frenético
Século XXII







Ermanno Noboru Medeiros