quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Lembranças do não acontecido


Como foi boa
Aquela viagem

Aquele encontro
Foi marcante

A festa
A mais badalada

O dia do pedido
Cheio de nervosismo

Tudo foi muito bom
Pena que nunca saiu do papel



Ermanno Noboru Medeiros

O Homem Centrionista


Uma vez, andando, encontrei algo muito estranho. Vi um homem sentado com um pequeno planeta que traslava ao redor da sua cabeça. Achei estranho aquilo e aproximei para perguntar o que era aquilo.
Descobri que seu nome era Magnus Sui, e que aquele pequeno planeta era seu mundinho, um mundinho que ele havia criado quando criança, pois tinha medo do mundo real. Descobri também que Sui era um homem solitário, pois sempre esteve preso no seu mundinho e nunca se preocupou em interagir com outras pessoas.
Sui estava preso em seu mundinho que translava sem parar. Sui não sabia muita coisa sobre a realidade, ele tinha medo do que era real.
Tentei interagir com ele:

- Olha Sui! Que bonito aquele monte!
- Não posso ver! – Falou Sui.
- Por quê? – Perguntei.
- Porque o meu mundinho está na frente. – Respondeu.
- Olha Sui! Que bonito aquela flor!
- Não posso ver! – Falou Sui.
- Por quê? – Perguntei.
- Porque o meu mundinho está na frente. – Respondeu.
- Olha Sui! Aquela menina é bela!
- Não posso ver! – Falou Sui.
- Por quê? – Perguntei.
- Porque o meu mundinho está na frente. – Respondeu.
- Olha Sui! Que vista bela!
- Não posso ver! – Falou Sui.
- Por quê? – Perguntei.
- Porque o meu mundinho está na frente – Respondeu.

Sui não tirava os olhos do seu mundinho. Foi quando ele falou:
- Veja! O meu mundinho é tão belo! O meu mundinho é tão perfeito! O meu mundinho é tudo!
- Mas Sui... O seu mundinho não é real. – Falei.
- Mas é esse o objetivo! Pois sou tudo o que quero no meu mundinho! – Respondeu Sui.

Com essa conversa alienada e a difícil comunicação, decide ir embora. Virei à costa, sai andando até um ponto, quando decidir dar a ultima olhada em Sui.
Virei e vi Sui com o seu pequeno planeta translando ao redor da sua cabeça.




Ermanno Noboru Medeiros

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O singular e plural


Estava andando
Pelo parque
Quando avistei
Um pai sentado em um banco
E seu filho brincando

Percebi uma face
De desgastado
Aproximei dele
E perguntei
“ Posso sentar?”
E ele respondeu
“Fica a vontade”

Fiquei um tempo em silencio
E nesse tempo
Ele soltou um suspiro
E olhou seu filho com olhos de melancolia

 “O que te aflige?”
Perguntei para aquele pai
“Um problema, um problema do meu filho!
 Ele não é como as outras crianças”
Disse aquele pai

Ouvindo isso
Tomei um pouco de fôlego
E falei

Você sabia que o ser humano é um paradoxo personificado?
Você sabia que ao mesmo tempo em que somos diferentes, somos iguais?
Você já parou pra pensar que somos singular e plural ao mesmo tempo?

Seu filho é singular
Pois não age como as outras crianças
Mas isso não é motivo de aflição
Pois ele também é igual a você
Ele ama, ele odeia, ele sente tristeza e felicidade
Caso alguém rejeite você, você não sentiria uma dor no coração?
É isso que seu filho também vai sentir
O que faz vocês dois iguais

É difícil entender cada pessoa
Pois somos paradoxos ambulantes
E nossas mentes são muito pequenas
Para entender tudo isso

Não deixe a aflição destruir esse laço de amor
Que você tem com seu filho
Pois não haverá outra oportunidade
Para consertar o erro
Pois ele é singular, ele é único e não haverá outro igual

Não deixe que algo tão pequeno te abale
Deixe o rio da vida fluir
E aproveite cada momento singular da melhor maneira possível
Pois o dia que esse rio secar
Só restara o cheiro da água
E a lembrança do arrependimento

Lembre-se
Somos singulares
E ao mesmo tempo plurais
Mas não esquente a cabeça tentando entender isso
Apenas viva
E não deixe acabar

Falando isso para aquele pai
Levantei
Despedi
E continuei a minha caminhada




Ermanno Noboru Medeiros

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Super Poder


Não tenho superforça
Nem sou imortal

Não sei voar
Muito menos nadar

Não tenho raio lazer
E nem supervelocidade

Não dou superpulo
E também não dou supersoco

Não sou igual
Um super-herói
Nem possuo
Super poderes fantásticos

Mas tenho
Poderes simples
Que mudaram pessoas

Tenho:
Um sorriso simples
Um abraço sincero
Um conselho amigo

Com simples poderes
Poderes naturais
Tornei-me um herói
Do dia-a-dia





Ermanno Noboru Medeiros

O Sorriso da Vida


Sorria para a vida
E ela vai sorrir de volta
É o que todos dizem
É o que acontece

Mesmo quando o dia for cinza
Mesmo quando o dia for triste
Sorria
Pois a vida vai sorrir de volta

Mas todos acreditam
Que a vida vai sorrir
Com um enorme sorriso

Não é bem assim

A vida vai sorrir de volta
Com pequenos sorrisos
Espalhado ao seu redor

A vida vai sorrir de volta
Como uma flor que nasce no asfalto
Ela está ali
Ela é bela
Mas ninguém nota ela
Porque é pequena
E a rotina não deixa
Apreciar seu doce perfume

A vida sorrir pra você
Todos os dias
É só você prestar atenção
Nos pequenos detalhes
Que estão ao seu redor

Só quando você entender
Os pequenos sorrisos
Que você vai ver os grandes milagres

Não pise
Nas pequenas alegrias
Aprecie
Cada pequeno detalhe
É neles que estão
Os grandes sorrisos da vida

É nas pequenas flores
Que estão
As essências mais puras
E os perfumes mais belos

Sorria
Pois a vida vai sorrir de volta
Em pequenas flores




Ermanno Noboru Medeiros