sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Uma pequena conversa com Deus


Estava eu
Jogado em minhas cinzas
Lamentado minha dor
Mergulhado em minha filosofia
Tentando explicar
Os meus problemas
E culpando meu coração
Por isso

Quando Ele chegou
Com toda a Sua glória
Veio em minha direção

Meu coração acelerou
Mas quando eu percebi
Ele já estava ao meu lado

Sentou ao meu lado
E me abraçou

Falando assim:
Oi meu filho,
Estava te procurando

Mas respondi:
Pai,
Escondi de ti
Pois estava com vergonha,
Vês como estou!
Estou amargurado
Jogado as cinzas do meu passado
Ferido de morte
Pelos meus espinhos
Não olhe pra mim
Pois estou com vergonha
Não mereço ser chamado de Seu filho...

Foi quando Ele me interrompeu
Com uma voz calma
Dizendo palavras que estremeceram as minhas estruturas
Mas ao mesmo tempo
Palavras que aliviavam
A dor que estou passando

E Ele disse:

Filho,
Entenda uma coisa
As cinzas vão ser varridas pelo vento
Esquecidas pelo tempo
E desmanchadas pelos momentos

Levanta-te
Não te fiz pra lamenta
Mas sim pra louvar

Olha pra ti
Isso não é lugar pra você
Tenho um lugar melhor
Onde você possa livrar de suas dores

Você foi feito pra ser nobre
E não pra mendigar
Um pouco de atenção desse mundo

Não fiz as águias
Para ciscar o chão
Mas sim
Para rasgarem os céus
Com suas asas

Vamos
Abra suas asas
E rasgue o céu
Como ninguém já rasgou

Você tem o corpo de um guerreiro
O coração de um amoroso
E a coragem de um leão

Por que você vai desistir agora?
Olha pra você
Eu não te fiz pra desistir
E muito menos pra ficar
Caindo em meios as cinzas

Levanta a tua cabeça
E veja
O que fiz por você ate agora

Eu te sustentei
Eu te supri
Ate aqui
Por qual motivo
Eu deixaria você agora?

Eu te fiz pra abalar
As estruturas desse mundo
E você fica abalado
Com pequenas coisas?

Como assim?

Eu não fiz teus olhos
Para chorar de dor
Nem tua boca
Para lamentar
Nem teus braços e suas pernas
Para cair agora

Filho,
Eu sou teu Pai
Aquele que nunca vai te abandonar
Confia tuas dores a mim
E verás a obra que tenho pra ti

Eu sei,
Ao longo desse caminho
Você vai se ferir
Não tem outro caminho
Mas filho
Deixa-me cuidar das suas feridas

Filho
Você não esta sozinho nesta caminhada
Estarei sempre ao seu lado
Não importa o motivo

Não te julgues pequeno
Pois te fiz grande
Para as obras grandes
Que tenho preparado para ti
Filho
Saiba que eu não tenho vergonha de ti
Pelo contrario
Você é especial pra mim

Seu sonho
É tão precioso
Pra mim

Saiba que nesse mundo
Que prega uma doutrina de adultos
Você conseguiu sonhar como uma criança

Pois dentro de ti
Há um coração como criança
Um coração puro
Que apenas quer amar
As pessoas ao seu redor

Eles não vão te entender
Muito menos te compreender
Mas saiba
Que eu te entendo
Pois estive com você
Antes mesmo que tivesse nascido

Eu te fiz assim
Pois eu confio em seu potencial

Agora olha pra teu lado
Vai mesmo desistir?
Vai mesmo abrir mão disso tudo?
Você vai desperdiçar as orações que fizeram por ti?
Você vai frustrar os sonhos daqueles que confiaram em ti?

Agora não é hora de chorar
Muito menos de lamentar
Pois agora é hora de lutar

Lute
Como nunca lutou na vida
Faça valer à pena
As oportunidades

Pois a guerra não acabou
Nem a batalhou terminou
Lute
Pois ainda há tempo
Pra vencer
Lute
Pois ainda há chance
De você vencer

Eu sou teu Pai
Nunca vou deixar só
Nem mesmo agora
Pois acredito
Em você filho

Agora responde pra mim
Você vai desperdiçar minha confiança em ti?

Marque essas palavras
Pois quando você segurar à espada de teu inimigo
Como sinal de vitoria
Você possa lembra
Dessa pequena conversa
Que tivemos hoje

Pois hoje
Você não será mais o mesmo
Não será mais um

Vamos,
Levante e ande
Lute e ganhe

Pois estarei esperando
Você
Aqui em casa
Para que possamos festejar
A sua vitoria
Pois confio em você
Meu querido filho
Há qual eu amo
Há qual eu nunca deixarei sozinho

Dizendo essas palavras
Meu coração começou a tremer
Senti em meu corpo
Algo estranho

Não esperei muito
Levantei das cinzas
Pronto pra luta
Pois não quero mais viver
Nessas cinzas




Ermanno Noboru Medeiros
  

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Amor de Dom Casmurro


Aprisionado
Em conceitos
Feitos
Pelo acaso

Me sufoco
Na duvida
Criada
Pela incerteza

Questionamentos
Feitos
Por fatos
Mal interpretados

Como é possível
Conviver
Com alguém
Que não se tem a confiança

O medo
Venta
Os meus olhos
Cegando com a ira

Pois

Quem ama
Confia
Quem ama
Acredita
Quem ama
Não duvida
Quem ama
Não desconfia
Quem ama
Não aprisiona

Amor de Dom Casmurro
Feito de ilusão

Amor de Dom Casmurro
Feito por desilusão

Amor de Dom Casmurro
Faz ferida no coração

Amor de Dom Casmurro
Traz desconfiança

Amor de Dom Casmurro
Traz insegurança

Amor de Dom Casmurro
É veneno

É veneno

É veneno

Para os nossos corações






Ermanno Noboru Medeiros


domingo, 18 de setembro de 2011

Bem mais que um simples sentimento


Não pode
Ser escrito
E muito menos
Explicado

É algo
A ser refletido
Por ser
Algo abstrato

O amor
Não pode
Ser entendido
Ou explicado,
Pois não é
Um sentimento
Ou uma emoção

O amor
Não pode ser imaginado
Pelos corações sedentos
Por prazeres individuais

O amor
É esperar
O tempo oportuno
E lutar
Contra a ansiedade

O amor
Não é um momento
Nem um instante,
Mas sim,
Pra vida toda
E enquanto
O infinito durar

O amor
Não é feito
Por palavras bonitas
Mas sim,
Da persistência
Nas piores horas
E resistência
Nos momentos amargos
Da vida

Difícil
De ser explicado,
Entendido
Ou escrito

Mas pode
Ser expressado
Nos mais simples atos

Bem mais
Que um simples sentimento
Bem mais
Que um simples momento
Bem mais
Do que podemos imaginar





Ermanno Noboru Medeiros

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Estrela de Papel


Uma simples
Folha de papel
Apenas ao ser dobrada
Torna-se
Uma estrela

As primeiras
São um pouco tortas
Mas com o tempo
Você vai aperfeiçoando
E elas vão se tornado
Mais simétricas

Demora
Pra chegar nesse ponto
Mas isso exige
Muito treino

É interessante
Você demora
Pra chegar
Nesse ponto

E quanto você menos espera

Alguém coloca fogo
Ela é consumida pelas chamas
E logo se torna
Em cinzas

Cinzas
Que ao simples toque
Torna-se pó

Que é levado
Pelo vento

E depois disso
Você nem lembra
Que tinha uma estrela de papel
Ermanno Noboru Medeiros