sábado, 30 de junho de 2012

Doces Lembranças


Aqueles dias foram tão bons
Mas aqueles dias não são eternos
Em um dado momento, tudo acaba
E o que resta são sós lembranças

Lembranças espalhadas ao longo da casa
Em diversas formas
E formatos
Guardadas em diversas maneiras

Mas há apenas
Uma única lembrança
Que não pode ser destruída

Pois as demais
Com o tempo
São apagadas

A foto,
Um dia envelhece
A carta,
Um dia rasga
O HD,
Um dia queima
O cartão de memória,
Um dia estraga
O presente,
Um dia quebra

Mas há uma lembrança
Que não envelhece
Nem muito menos quebra
Ou estraga

É aquela lembrança
Que descansa
Em um canto remoto
Do meu peito

Uma lembrança
Que durará
Enquanto o meu coração bater
Enquanto eu viver
Essa lembrança será eterna

Não há tempo que apague
Não há fato que estrague

Ela será eterna
Enquanto o meu coração bater
Enquanto eu viver





Ermanno Noboru Medeiros

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Nem tudo é pra sempre


Nem todo adeus
É pra sempre
Nem toda despedida
É eterna

Nem todo oi
É pra ficar
Nem todo “tudo bem”
É verdadeiro

Nada ficará
Nada sobrará
Mas tudo será eterno
Guardado e conservado em minhas lembranças

É assim que o mundo continua
É assim que vou seguindo
Caminhando
É assim que vou vivendo
Acreditando
Naquela promessa do nosso reencontro

O mundo é grande
Mas ele dá muitas volta
A terra é extensa
Mas nos andamos

Algum dia
Nós encontramos
Andando por nossas estradas
Um dia elas se cruzam

Nada ficará
Nada sobrará
Mas tudo será eterno
Guardado e conservado em minhas lembranças

É assim que o mundo continua
É assim que vou seguindo
Caminhando
É assim que vou vivendo
Acreditando
Naquela promessa do nosso reencontro

Não chore
Ou muito menos fique triste
Saiba que nada vai apagar
A promessa feita naquele dia

Não parei
Ou muito menos desista
Lembre-se
Da nossa promessa feita naquele dia

Nada ficará
Nada sobrará
Mas tudo será eterno
Guardado e conservado em minhas lembranças

É assim que o mundo continua
É assim que vou seguindo
Caminhando
É assim que vou vivendo
Acreditando
Naquela promessa do nosso reencontro

Quem sabe
O dia ou a hora
Em que vamos trompar
Um com o outro?

Quem sabe
Quando vamos nos encontrar?
Por isso continue vivendo
Continue lutando

Nada ficará
Nada sobrará
Mas tudo será eterno
Guardado e conservado em minhas lembranças

É assim que o mundo continua
É assim que vou seguindo
Caminhando
É assim que vou vivendo
Acreditando
Naquela promessa do nosso reencontro
Não pare de andar
Não pare de caminhar
Pois ninguém sabe
O dia que nossos caminhos vão se cruzar

Lembre-se da nossa promessa
Feita naquele dia
Lembre-se da nossa promessa
Lembre-se que podemos nos reencontrar!






Ermanno Noboru Medeiros

terça-feira, 26 de junho de 2012

Porque as formigas têm presas


Olhando para aqueles pequenos seres
Praticamente insignificantes
Facilmente esmagados
Pois relativamente são fracos
Percebi que todos possuíam um par de presas
A qual eles usavam para cortar a epiderme de seus inimigos

Em um momento de reflexão
Comecei a mergulhar em um conceito
O porquê de elas terem presas

Muitos vão responder
Que as presas são para alimentação
Para cortar o alimento e carregar para formigueiro

Mas o principal motivo para elas terem
Está relacionado ao surgimento delas
Quando elas ainda não possuíam presas

Antes elas eram apenas pequenos seres indefesos
Desprovidos de qualquer meio de ataque
Eram seres pacifistas

Mas com o tempo
Com os constantes ataques que eles sofriam
Com as constantes pressões que eram expostas
Com as frequentes mortes presenciadas

Elas viram que não tinha mais o porquê de continuar assim
Surgiu a necessidade de se defender
Surgiu a necessidade de ficarem fortes e conseguir atacar

Com o tempo
Começaram a surgir pequenas presas perto de suas bocas
E logo já sabiam manipular e utilizar em seu favor

Começaram a atacar todos àqueles que oprimiam elas
Cortando as suas epidermes
Ferindo seus corpos

E foi nesse mar de reflexão
Que surgiu uma ideia

O que teria acontecido
Se elas tivessem que às protegesse?
Elas teriam presas?
Continuariam dóceis?

A natureza agressiva
Que reside dentro de cada uma
E fruto de uma pressão
Sofrida do meio externo

O motivo pela qual possuem presas
E nada mais do que para atacar
Todos aqueles que um dia
Oprimiam suas pequenas vidas






Ermanno Noboru Medeiros

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Bolo Queimado


Quando vamos fazer um bolo
É divertido
Misturando todos os ingredientes
Seguindo cada passo da receita
Obedecendo cada instrução

A massa já está pronta
Hora de ir para forno
Para tudo ficar bom
Devemos assar
Tomando cuidado para não queimar

Observando o bolo crescer
De maneira lenta
Olhando a massa dourar
Isso demora muito
Começa a ficar tedioso
Acreditando que essa é a parte mais chata
O bolo poderia assar mais rápido

Sua cabeça começa a encher
De compromisso que você deve fazer
Olhando essa situação
Acha que ficar olhando é uma total perca de tempo
Vira as costas
E vai fazer outras tarefas “importantes”

Quando começa a fazer essas tarefas
Nem percebe o tempo passando
Quando um estranho aroma sobe no ar
E você grita desesperadamente:
- O bolo tá queimando!




Ermanno Noboru Medeiros

sábado, 16 de junho de 2012

A Bomba Relógio


Havia um mundo
Onde todos os seres nasciam
Com uma bomba relógio
Grudadas em seus corações
E no seu visor
Um algarismo incompreensível
Para eles
E esses seres não sabiam
Quando seu tempo estava no fim

Quando seu tempo esgotava
Ela não explodia como as outras bombas
Mas ela manda um impulso
Que paralisava seus órgãos vitais

Cada um seguia seu estilo de vida
Mesmo sabendo que um dia
Eles iam morrer

Cada ser possuía um posicionamento
Em relação ao seu tempo de vida
A qual aquele estranho visor expressava

Alguns escolhiam o caminho da pesquisa
Eles passavam horas e horas tentando entender
Aqueles estranhos números
Eles passavam dias tentando decodificar aqueles algarismos
Eles tentavam achar uma maneira
De breve o esgotamento do tempo
Ou uma maneira de desarmar aquela bomba
E enfim terem a vida eterna

Mas os que escolhiam esse caminho
Tinham um fim trágico
Pois momentos antes de seus tempos acabarem
Sentiam que não tinham feito nada de útil
Sentiam que tinham desperdiçado seu precioso tempo
Em algo sem valor

Mas havia outros seres
Que escolhiam viver intensamente
Eles aceitavam seu fim de maneira natural
Eles se agarravam no fato que seus tempos eram limitados
Por isso faziam o máximo que podiam
Todos os dias eram diferentes
Sempre aproveitavam os momentos
Não deixavam passar nenhuma oportunidade

E quando finalmente chegava o seu fim
Eles olhavam para céu orgulhosamente
Suspiravam e sentiam no fundo de suas almas
Que suas breves vidas havia valido a pena

Se você fosse um desse ser
Qual caminho você seguiria?

Você perderia tempo tentando encontrar um fim?
Ou gastaria ele com algo que realmente importa?
Você gastaria tempo tentando formular uma teoria?
Ou usaria pra fazer tudo sair do papel?
Você iria sentar e lamentar pelo fato que um dia tudo vai acabar?
Ou levantaria e faria cada segundo valer a pena?

Qual caminho você escolheria?





Ermanno Noboru Medeiros