quinta-feira, 14 de junho de 2012

Quando o Amor Esfria


Vivemos em um mundo gelado
Esfriado por suas leis tradicionalistas
Cuja função é obrigar-nos a buscar
Aquilo que realmente não é importante

Quando crianças
Choramos quando uma simples vida acaba
Mas chegado o período de adulto
Entramos em agonia porque perdemos uma moeda

Será que é mais valiosa uma moeda
Do que uma vida?
Por que quando crescemos nós tornamos tão frios?
Afinal, pra onde vai nosso amor?
Ou será que matamos nosso amor de hipotermia?

Por que nós não podemos crescer e continuar com um coração de criança?
Afinal, seria o coração de criança tão medíocre assim?

Quando crescemos
Tornamos tão sem graça!
Nós tornamos frio
Ao ponto de nossos sentidos adormecerem
Perdemos aquilo que nós fazia especiais

Loucos e irracionais
Corremos atrás
Daquilo que um dia vai enferrujar

Por que somos tão frios?
Por que não conseguimos sentir mais a compaixão?
Por que não conseguimos sentir mais o calor do amor?
Por que continuamos vivendo nesse falso amor?

A carne se transforma em ferro
Ferro frio e gélido
Ferro rígido e imudável
Ferro que fere e mata
Ferro forjado na ira e na raiva
Ferro que provoca dor e ferida

Não consigo evitar a dor da tristeza
Ao ver essas pequenas crianças
Que agora estão cheias do amor
Mas um dia vão se esfriar
Tornando-se adultos frios e sedentos por metais

Como eu gostaria de ser
Um adulto com um coração de criança
Visto que até um poeta tem seu coração corrompido pela extravagância
Assim sinto-me às vezes frio
Gostaria muito de voltar a sentir esse amor
Mas no fundo da minha alma
Rogo lhes que não deixem
Que essas pequenas sementes
Um dia se esfriem
Não deixem as vossas crianças perderem seu precioso amor
Pois elas são a esperança
Que um dia tudo melhore

Isso é tudo que lhe peço






Ermanno Noboru Medeiros

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