segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Até quando?



Eu olho para o mundo
E vejo um mundo tão maravilhoso
Somos belos por natureza
Temos tudo o que precisamos

Mas até quando
Vamos derramar sangue em nome da paz?
Até quando
Vamos sacrificar vidas em nome da ordem?

Todos os dias são os mesmos horrores
Aceitamos tudo sem questionar
Somos devorados
E nossos sonhos triturados
Pelo medo

Os sacrifícios do passado não valem nada?
Somos netos da guerra
E mesmo assim queremos ver sangue?

Nossos avós lutaram pela herança da paz
E desperdiçamos a toa?
Até quando veremos a justiça defender os vilões?
Até quando seremos feridos?

Mas até quando
Vamos derramar sangue em nome da paz?
Até quando
Vamos sacrificar vidas em nome da ordem?

Quantas vidas são necessárias
Para trazer a paz?
Quantos sonhos sacrificados serão necessários
Para estabelecer a harmonia?
Quantas mães chorando nos túmulos dos seus filhos são necessárias
Para entender o que é justiça?
Quantas famílias traumatizadas serão necessárias
Para a justiça possuir lógica?
Quantas crianças sem pais serão necessárias
Para se entender o amor?
Quantas vidas são necessárias
Para pagar o preço da paz?

Mas até quando
Vamos derramar sangue em nome da paz?
Até quando
Vamos sacrificar vidas em nome da ordem?

Até quando
Seremos monstros?


Ermanno Noboru Medeiros

Onde está a felicidade?



Onde está a felicidade?
Alguém sabe onde encontrar?
Há vários lugares para procurar
Mas não tenho nenhuma pista para achar

Uma criança recém-nascida
Desconhece os perigos do mundo
Mas ela tem um sorriso verdadeiro
Uma risada doce
E então dizemos:
“Ela é feliz e não sabe!”

Quando envelhecemos nos tornamos seres medíocres
Reduzimos a nossa felicidade á nada
Vendemos nossos princípios
Negociamos nossos valores
Para apenas alguns segundos de felicidade
Uma falsa felicidade

Onde estará a felicidade?
Onde foi que eu perdi?
Será que eu vendi?
Ou simplesmente descartei?

Passamos o pouco que resta das nossas vidas
Negociando com o sistema
Trocamos nosso tempo por moedas
Com as moedas compramos pacotes
Abrimos desesperadamente atrás da nossa felicidade
E só encontramos roupas rasgadas
Carros amassados
Perfumes vencidos
Encontramos apenas lixos

Onde andará a nossa felicidade?
Estaria ela em um pedaço de goiaba?
Ou em um carro importado?
Em uma família reunida?
Ou em uma camisa rasgada?

Com nossa idade avançada
Reduzimos tudo a meras equações
Acreditamos que o caminho mais complicado é o melhor
Que nossas teorias elaboradas justificará tudo
Mas esquecemos de pensar como criança
Negociamos nossa simplicidade por glamour e status

Esquecemos que o caminho mais simples
É aquele que leva até a felicidade
Esquecemos que devemos apenas girar a maçaneta
E abrir a porta
E atrás dela está o caminho para felicidade

Continuando nessa estrada
Vou lutando
Pois sei que no final dessa caminhada
Quando finalmente fechar meus olhos para descansar
Irei para onde há felicidade

E ali serei criança novamente
E irei ter um sorriso verdadeiro



Ermanno Noboru Medeiros