Pra ser mais
exato, fui contratado para ser garçom no Palladin’s. Essa era a primeira
tarefa, que por sinal não executei de maneira perfeita.
Desde criança
criava estórias fantásticas com a minha imaginação. O que era uma simples
brincadeira acabou se tornando um dos meus melhores dons. Sempre gostei de usar
a minha imaginação, e com o tempo fui transferindo isso para a área da escrita.
Pouco tempo depois me tornei um poeta visionário, pra ser sincero, um sonhador.
Sempre sonhei com um mundo onde as pessoas eram felizes. Por isso escrevia com
maior frequência poesias de conselho, era pouco, mas era tudo que conseguia
fazer para ajudar as pessoas.
Isso afetou
muito a primeira tarefa do meu trabalho. Errava muito os pedidos e sempre esquecia
alguma coisa. Meu chefe não gostou muito disso e não via um bom garçom em mim.
Então fui
rebaixado a faxineiro. Meu chefe sentiu aliviado, porque fui rebaixado ao mesmo
tempo em que o antigo faxineiro jogou o balde na cara dele. Pobre rapaz, o
estresse estava matando ele.
Você acha que
não fiquei com medo de ser demitido? Por isso, na minha segunda tarefa a
executei com mais seriedade. Foi nesse ponto que percebi que todo pessoa
precisa amadurecer se quiser continuar em busca de seus sonhos.
Essa situação
me fez lembrar o quando eu era imaturo. Nessa hora todo mundo lembra o que o
pai ou a mãe falou no passado: “Você ainda é uma criança!”.
Talvez seja
por isso que não consegui passar no vestibular. Mas nunca é tarde para
amadurecer a mentalidade, ser mais responsável. Ainda mais agora que não estava
mais perto dos meus pais, agora era responsável pela minha vida.
Daqui pra
frente, como diria o ditado popular, tenho que matar um leão por dia.
Não foi fácil,
mas tinha que fazer, perder o único emprego que consegui seria uma falha imperdoável.
Talvez é nesse
ponto que deixei de ser uma frágil criançinha e passei a ser um adulto.
E é nessa fase
de adulto que a minha historia se desenrolou com mais intensidade.
Ermanno
Noboru Medeiros
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