quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Penumbra em meus olhos

 

O desconhecido é assustador

Não saber onde pisar é agoniante

Minha ansiosa mente tenta calcular

As várias rotas que devo seguir


O medo encobre meus olhos

Com uma fina penumbra opaca

Não saber para onde ir

Apenas tateando o trecho a ser percorrido

A perna paralisa

Não há movimento

Não há resposta


O medo percola meu olho e chega até meu coração

Uma fina chuva de incerteza

Faz brotar uma imensa pastagem de dúvidas


O medo que vêm de forma nublosa

O medo de não ser alguém

O medo de andar e cair

O medo do incerto

O medo de tudo dar errado

O medo de fazer errado

O medo


Apenas o medo


Como um forte e impetuoso vento

As nuvens são rasgadas ao meio

Sua mão traz um raio de luz

Quente e aconchegante


Suas mãos tiram as penumbras

Como um Pai tira as lamas do rosto do seu filho

Em meio aos raios do sol

Vejo Seu semblante com um terno sorriso


Sua voz ecoando por todo meu espírito

“Vai ficar tudo bem! Tenha fé!”


Sua voz espanta toda sombra de dúvida e medo

Sua voz me guia para onde devo ir

Sua voz ecoa no âmago do meu ser


Tenho coragem para enfrentar as tempestades

Tenho coragem para enfrentar o desconhecido


Posso não entender
Posso não ver

Mas a fé me faz enxergar


E sei muito bem

Seguindo a Sua voz

No final vai ficar tudo bem





Ermanno Noboru Medeiros

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