Meu filho,
Se teus olhos avistar no horizonte
Fortes ventos sobrando no céu
Ondas revoltosas revirando o mar
Saiba que os dias maus são vindouros
Se aproximam como cavalos selvagens
E seu galopar estremece a terra
Meu filho
Teus ouvidos escutarão no horizonte
Gritos de homens vorazes
Cujos machados hão de cortar uns aos outros
Saiba que os dias maus são vindouros
Se aproximam como um temível exercito marchando
E seu marchar estremece a terra
Meu filho
Chegarão notícias de caos e desordem
Muito se ouvirá sobre os dias de lamento
Se falaram nos dias que o céu será pintado de sangue
Saiba que os dias maus são vindouros
E certamente chegarão esses dias de dor
Meu filho
Levante teus olhos para o horizonte
Levante teus olhos para além do que se possa enxergar
Ainda que os dias cheguem
Ainda que as guerras se aproximem
Ainda que os reinos dos homens decaiam
Que nada disso titubeie teu coração
Que nada disso faça sua fé desmorecer
Que nada disso faça sua força desfalecer
Levante teus olhos meu filho
Dias maus virão como onda para te afogar
Mas saiba que Sou pedra de apoio
E não afundará se segurar em Mim
Saiba que esse reino é finito e frágil como um castelo de areia
Um dia tudo cairá em pó
Mas Meu reino eterno é
E é pra lá que você deve alvejar
Filho meu
Tua luta e tua guerra não é para conquistar reinos humanos
Tua peleja é alvejar aquilo que está além do horizonte
É almejar aquilo que é eterno
Filho
Teu coração humano entristecerá
Mas não temas
E não te abatas
Meu filho
Guarde contigo
Dias maus sãos prenúncios da efemeridade desse reino
E que há um Reino acima de todos
Um Reino celestial e eterno
A sua morada final
Meu filho
Dias maus virão
Mas permaneça
Pois ao decair da noite
Em Meus braços descansará
Ermanno Noboru Medeiros
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