segunda-feira, 3 de junho de 2013

Escravos dos olhos furados



Você sabe por que faz isso?
Todos os dias fazendo a mesma coisa
Sem reclamar
Com a mesma cara
De cansado e desorientado

Acorda em ponto
No mesmo ritmo robótico
Veste o uniforme
E marcha em direção
Sabe lá pra onde...

Sempre as mesmas coisas
Acreditando em um ideal
A esperança é a ultima que morre
O sonho do luxo
É o que mantém de pé

Sim!
Somos escravos com os olhos furados!
Algemados por um contrato
Recebemos uma pequena premiação
Por nosso feito leal com nosso senhor

Andando
Seguindo
Trabalhando
Sem saber o porque

Levanta a patinha!
Eles mandaram
Muito bem garoto!
E nos davam trocados

Todos os dias
Acordando com medo
De estar pior
Pois eles descartam
Aqueles que estão doentes

Fazer o que?
Há muitos para me substituir
Sou apenas mais um

Por isso
Abaixo a cabeça
E continuo
Com a esperança
De realizar meu luxo




Ermanno Noboru Medeiros

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