quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O tomatinho



Há muito tempo, em um pequeno país estava debaixo da opressão de um tirano, mas logo veio um herói, um Homem que libertou todos daquela tortura. Por essa atitude, a população corou esse Homem rei daquele pequeno país. E de tempo em tempo, aquelas pessoas ofereciam o seu melhor para aquele Rei, nesse dia eles levavam o que tinham de melhor em suas colheitas, elas faziam isso como gratidão pela liberdade que aquele Rei trouxe para todos.
Em certa ocasião, um pequeno garoto que observava aquela cerimônia, e então ele lembrou que aquele Rei havia feito um grande favor pra ele e pra toda a sua família, então seu coração queimou para oferecer algo para o Rei. Mas aquele pequeno garoto era pobre, não havia absolutamente nada em suas mãos.
Mas aquele garoto não desistiu. Ele correu por todos os cantos, procurava com fé achar algo para oferecer aquele para o Rei. Foi quando, com muito esforço, ele conseguiu uma pequena semente. Aquilo animou aquele garoto, que no momento abriu um sorriso ao ver aquela sementinha de esperança.
Aquele garoto não perdeu tempo, correu pra sua humilde casa para plantar aquela semente. Rapidamente ele abriu um buraco na terra e lançou aquela semente com fé de oferecer algo bom para o Rei.
Todos os dias ele regava, até o dia que aquela sementinha brotou, um pequeno galho verde com uma folha apareceu, a esperança daquele garoto voltou. Ele passava todos os dias ao lado daquela plantinha. Regava, cuidava, espantava os pombos, adubava...
Isso se repediu até o dia que aquela plantinha floresceu. Aquele garoto fazia inúmeros planos, sonhava em entrar no palácio com uma enorme carruagem carregada de inúmeros legumes e frutas tão belos que, fariam qualquer um ter inveja. Ele também pensava o quando o Rei ficaria feliz e orgulho em ver tudo aquilo.
Mas então finalmente chegou o dia, aquele garotinho não demorou em despertar. Correu para o quintal para finalmente colher aquilo que havia plantado. Mas tudo o que aquela pequena plantinha conseguiu fazer foi um pequeno tomatinho.
Aquele garoto colheu aquele tomate e foi em direção ao palácio. Chegando lá, viu vários proprietários com suas enormes carruagens carregadas de frutas, legumes e verduras. Aquele pobre garotinho olhou para suas mãos e viu aquele pequeno tomatinho, ele imaginou o Rei irado com aquilo, gritando com ele e mandando-o retirar-se do palácio.
Mas sem perceber, a fila andou e ele já estava no meio do palácio, todos olhavam para ele, inclusive o Rei.
Aquele garotinho abaixou sua cabeça e ergueu suas mãos para o Rei, e sem conter, deixou suas lagrimas rolarem por seu rosto, esperando logo as risadas e a humilhação.
Vendo aquilo, o Rei abriu um enorme sorriso, levantou do seu trono e correu em direção aquele garoto, ajoelhou e abraçou aquele garoto. Levantando sua cabeça, aquele Rei falou para todos no palácio:
- Meu coração hoje encheu de alegria, pois esse garoto ofereceu algo que ninguém aqui teve sensibilidade em perceber. Esse garoto foi sincero, esse garoto ofereceu tudo aquilo que ele possuía como sinal de gratidão e não por obrigação. Esse garoto foi verdadeiro e nenhum momento escondeu o que sentia por mim. Esse garoto arriscou até sofrer uma grande humilhação para oferecer tudo aquilo que tinha.
Aquele Rei fez um gesto para aquele garoto levantar sua cabeça, secou suas lagrimas e fez daquele pequeno garoto um grande homem.





Ermanno Noboru Medeiros  

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Renascendo para a Batalha



Como vim parar aqui?
Sim...
Esse é o cheiro do fracasso
O sangue imundo que brota das minhas feridas
Faz-me lembrar do quanto sou fraco
A derrota é humilhante!
O fracasso é doloroso!

Meu corpo não dói
Mesmo gravemente ferido
Mas o que dói é minh’alma
O peso do desespero!
A vergonha desse estúpido fracasso!

Mas não há o porquê de lamentar
Chegou a hora de renascer
Tentar novamente
Arriscando tudo que há dentro de mim

Chegou a hora de amadurecer
Acordar para a verdadeira batalha
Evoluir e crescer a minha mente de criança

Treinar o meu foco
Começar tudo de novo
Persistir na caminhada

Por que haverei de ter medo?
Não estou sozinho
Sei que os céus me guiarão até a vitoria

Não temerei meus inimigos
Pois suas armas são os deboches
E a minha arma é uma espada afiada
Pronta pra dilacerar a barreira na minha fronte

Renascer no ponto zero
Sem abaixar a cabeça para meus inimigos
Aprendendo a arte da paciência
Amadurecendo o coração e o espírito

Criando um coração que não se corrompe
E um espírito que não se abala

Não é hora de entregar a batalha
Não é hora de entregar a vitoria
Não é hora de fracassar
Não é hora de desistir

Agora é a hora
De renascer para a Batalha!



Ermanno Noboru Medeiros

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O Capitão de Privadas - Capitulo 1



Isso é muito irônico, um cara que recebe o nome de um grande capitão dos setes mares se tornando capitão dos mares das privadas. Isso mesmo que você ouviu, essa é a queda de um grande herói. Se já não bastasse a humilhação dos meus pais, acabei humilhando o nome da pessoa que nem me conhece, pra falar a verdade, que nem existe.
Nemo! Que belo nome ganhei! O nome de um capitão! E no final acabei naufragando na vida, pra ser mais exato, naufragai em uma tentativa de ser alguém.
Confesso que me sinto muito culpado com tudo isso, ainda mais vendo os meus pais aguentados tanta humilhação só pra ver seu filho formato. Ainda bem que o meu irmão conseguiu isso, porque no final eu sou só uma vergonha da família.
Era cada vez mais difícil aguentar essa culpa!
Não sei se fiz a coisa certa, mas não queria dar mais trabalho para meus pais. Decidi então construir a minha vida, aventurar pela floresta da vida. Sai de casa e fui construir a minha vida.
Aquele foi um dia difícil, a minha mãe chorando e meu pai sem saber o que fazer. Mas eu estava decido e ninguém poderia me parar, naquele dia eu era uma enorme locomotiva em busca de seu destino. Meu irmão ligou, conversou muito comigo e no final não mudou nada, continuei com a minha caminhada.
Fui com uma quantidade muito pequena, só pra ficar em uma moradia até conseguir um emprego e algum lugar melhor pra morar. Levei o meu currículo para vários lugares, mas estava cada vez pior alguém me chamar, só tinha o Ensino Médio completo e no meu país eu não sou nada sem um diploma.
Até que depois de muito tempo fui chamado. Finalmente o meu primeiro emprego!
Fui chamado para ser faxineiro em um restaurante, ali eu varria, limpava as mesas, pratos e principalmente o banheiro, onde eu vi a verdadeira sujeira das pessoas, e isso não é nenhum tipo de piada, to falando serio.
Então no meu primeiro dia de trabalho, peguei um papei que havia escrito meu curso, e então joguei na privada e dei descarga. Estava sepultando nas águas o meu sonho.
Um enterro de um capitão dos setes mares... Quer dizer, um capitão de privadas.
É aqui que a minha aventura pela selva da vida começou.



Ermanno Noboru Medeiros

O Capitão de Privadas - O adeus no porto



Quantas vezes você ficou empolgado com uma grande viagem, uma grande aventura, e, quando você chega ao porto pra embarcar naquele navio, você descobre que não há mais espaço e sua aventura é cancelada, então você olha para lado e vê um bote quebrado, obrigando você enfrenta um oceano com ele?
Esse é o ponto de partida da vida de Nemo. Um jovem de 20 anos que não consegue passar no vestibular e se vê obrigado a começar de baixo. Baixo que eu digo, é que Nemo tornou-se faxineiro em um restaurante.
Essa historia é como as outras, pois sei que as pessoas anseiam por clichês, então resolvi contar a mesma historia, só que de uma maneira bem diferente que todos estão acostumados, tentarei usar um tempero novo em uma salada de clichê.
Nemo não é nenhum jovem especial e nem predestinado a ser um grande herói. Ele não passa de jovem normal, mas com um passado depressivo. Tentando enterrar suas lembranças, Nemo tenta erguer uma nova vida em cima da sua culpa.
Como eu disse lá em cima, Nemo tinha o grande sonho de orgulhar seus pais passando em algum vestibular de alguma grande universidade, mas infelizmente isso não acontece. Presenciando seus pais sempre trabalhando arduamente pra sustentar seus estudos, Nemo resolve sair de casa, pois em sua mente ele via como uma vergonha para eles, principalmente quando os amigos de seus pais falavam orgulhos de seus filhos universitários de grandes faculdades.
Pouco se sabe sobre os irmãos de Nemo. A única informação que se tem, é sobre o seu irmão. Nemo tem uma enorme admiração por seu irmão e também uma enorme culpa, pois seu irmão era um grande empresário e ele um estudante fracassado que não conseguiu passar nem um misero vestibular.
Nemo tem esse nome por causa de um dos seus avós, pois a pessoa em questão se inspirou no Capitão Nemo, personagem de Júlio Verne. Pois ela via Nemo como um grande capitão da vida. Essa também é a origem de outra culpa que ele carrega dentro de si, pois essa pessoa em especial, foi um dos últimos avós de Nemo a falecer. Em seu leito de morte, Nemo prometeu que seria alguém na vida.
Mas o que mantinha Nemo a lutar nessa selva chamada de vida é sua enorme fé. Nemo possuía um grande coração altruísta, e ele direcionava seu desejo em ajudar as pessoas em suas poesias. Nemo conseguiu publicar suas poesias em uma revista local e logo veio resposta de pessoas que se sentiram animadas. Nemo luta pra ver seu sonhado livro de poesias.
Por causa de um sonho morto, Nemo entra no anonimato, em uma figura do cotidiano. Lutando por seus sonhos, literalmente lavando a sujeira da vida.
Quem diria... Um capitão dos setes mares tem um herdeiro que é capitão das privadas.





Ermanno Noboru Medeiros

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Despertando do Profundo Sonho



Tudo aconteceu tão rápido
Muito rápido
Que demorei pra entender

Parece um sonho
Um sonho sem fim
Não sei onde começou
E nem sei onde termina

Afinal
O que é tudo isso?

Os gritos
Os choros
As faces tristes
A melancolia

Afinal
O que é tudo isso?

Ao poucos meus olhos abrem
Sim
Isso era a bizarra realidade

Por quê?

Eu gostaria que fosse um mau sonho
Mas não era
O pior que não era

Estava acordado
Brincando de dormir
Ou estava dormindo acordado?

Gostaria que esse mau sonho acabasse
Mas isso é a realidade
E ela não acaba

Essa dor
Esse choro
Essa saudade

Por quê?

Sonhando acordado
Ou brincando de dormir?

Em uma inércia constante
Vendo tudo passar tão rápido
Que demorei pra entender

Gostaria que esse mau sonho acabasse
Gostaria que esse mau sonho terminasse

Agora acordo
E percebo que tudo foi real
Tudo foi realidade



Ermanno Noboru Medeiros