segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Paradoxo ambulante

 Perdia a conta

Das vezes que eu prometi a mim mesmo

Que não retornaria nesse ponto

Cá estou eu novamente

Gritando contra o espelho

 

Prometi várias vezes

E cá estou eu novamente

Prostrado contra o chão

Com as mãos sujas de sangue

Do crime que prometi parar

 

Me contorço e retorço

O discurso sai tão belo

Porém minhas vis atitudes me condenam

Ainda vejo o mesmo monstro

Dentro de mim

 

Andei por toda terra

Como um andarilho

Tentando encontrar algo

Que me tornasse digno

 

Quanto mais eu pensava

Mais eu me via

Como alguém indigno

Desse perfeito Amor

 

Desesperadamente tento arrancar

Todos os meus espinhos

Não quero machucar ninguém

Não quero ferir os que me rodeiam

Mas os espinhos insistem em crescer

 

Em um mundo cheio de megafones

Somos inundados com belos discurso

Porém esse mundo é maculado

Com horrendas atitudes

 

Belas e ornadas mascaras

Escondem os piores monstros

O doce e agradável perfume

Tenta acobertar o pútrido cheiro

 

No fundo eu não posso de um paradoxo ambulante

Relutante contra sua própria natureza animalesca

A diária luta contra o inconsciente eu

 

Levanto meus olhos inundados em lagrimas aos céus

Brando o grito mais profundo da minha alma

Peço a Ti, meu Senhor eterno que mora no reino celestial

Cale a voz do meu monstro interno

Arranque o me separa de Ti

 

Sei que por vezes, não fiz por merecer

O Teu infinito e perfeito amor

Mas tudo o que Te peço

Não aparte Teu Espirito de mim

 

Mesmo tento ciência que sou indigno

Te peço para morar em Teu reino

Mesmo que seja para estar repousado eternamente em Teus pés

Ainda assim o Teu reino é onde quero estar

 

Pai Eterno e Celestial

Perdoa teu filho por ser um paradoxo

Faça o meu agir ser tão bom quanto as palavras

 

 

 

 

 

Ermanno Noboru Medeiros

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