Irmãos, qual o motivo de vossa tristeza?
Irmãos, por que andam abatidos?
O que tem agitado seus corações?
Por qual motivo tomaram para si toda a ansiedade?
Irmãos, vivemos constantemente
Mergulhados em uma rotina tão agitada
Porém não podemos esquecer
O precioso valor da paciência
Porventura há alguém que controle o fluxo do tempo?
Há alguém que por sua própria força foi capaz de mover os
ponteiros do relógio?
Entre vocês, há alguém que em um estalar de dedo, foi capaz
de virar o dia?
Irmãos, contemple as arvores que povoam o horizonte
Por acaso algum de vocês sabem o dia exato da semeadura?
Suponho em meu interior que há árvores mais antiga que
nossos antepassados
Mas elas estão no horizonte
Frutificando e multiplicando
Irmãos, reflitam entre vocês
Há alguma semente plantada ontem que hoje já produz fruto?
Há alguém entre vocês capaz de realizar tal feito?
Irmãos, ainda que seja uma árdua tarefa
Gravem isso no coração de vocês
Não há motivos para o desespero
E muito menos para a ansiedade
A árvore em seu devido tempo
Florescera
E na morte de suas flores
Os frutos hão de vir
Acalmem seus corações e esperem pelo tempo certo
O galho quebrado pelo vento não representa a morte
definitiva
No tempo certo
Haverá de nascer dois ou mais galhos
Que irão frutificar no tempo certo
Irmãos, pelo desespero de vocês
Amargam suas bocas e enojam seus estômagos
Com frutos imaturos e pouco desenvolvidos
Porém, alerto todos vocês
O paciente irá adoçar sua boca e saciar sua fome
Com frutos doces e suculentos
Em seu devido tempo
Não há nada mais saboroso nessa vida
Que a fruta amadurecida em seu devido tempo
Não há nada mais agradável nesse mundo
Que os acontecimentos no seu devido momento
Ainda que a ansiedade grite em suas mentes
Ainda que seja difícil acreditar
Perseverem na paciência
Tudo há de mudar
Tudo há de acontecer
Tudo há de amadurecer
Irmãos, diante tantos argumentos
Questiono novamente
Irmãos, por que estão ansiosos com o que há de vir?
Ermanno Noboru Medeiros
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