Entre os ensurdecedores tique e toque
Do apresado relógio pendurado
Minha voz perde a força
Se torna um silencioso grito
Um grito de socorro
Sei que por vezes a rotina nos guiou
Ditou as batidas do nosso acelerado coração
E como a morfina injetada na veia
O ativismo anestesiou nossa percepção
Tornou-nos alguém vivo
Porém mortos
Por dias gritei desesperadamente
Era desesperador ver todo aquele sangue jorrar
E olhar para você sem uma expressão de dor
Sem uma expressão de vida
Sem uma mísera reação
Não tardaria para vindoura ruina
Aos poucos a sombra do pânico invadia cada cômodo
Estrangulando cada pilar da nossa psique
Afundando em um imenso mar
O mar da angústia
Sem ar
Sem vida
Apenas a gélida mão da morte
Em um grito gutural de um animal ferido
Você clamava por paz
Olhe para mim!
Você perdeu o sentido
Perdeu o gosto
Perdeu seus sonhos
Ainda não é o fim
Ainda não é a hora
Ainda dá para sair daqui
Ainda dá para levantar a casa
Apenas encontre-me
Estou aqui te esperando
A jornada não será fácil
Levará tempo
Pois dentro de você há um imenso universo
Cheio de constelações
E você nunca se deu conta disso
As trevas que inundam seu interior
Lhe demonstram medo
Apenas mantenha a calma
A luz deve começar dentro de você
Em um mar agitado na sua alma
Em um turbilhão de ideias no céu
Respire fundo
Você é o autor desse mundo
Crie ondas que impulsione para mais a frente
Crie ventos que direcione aonde deva ir
Espero que você aprenda a me perdoar
Espero que você aprenda a me amar
Espero que você aprenda a me ouvir
Nunca fui seu inimigo
Nunca fui seu adversário
Precisamos lutar juntos
Precisamos estar em sintonia novamente
Mergulhe fundo dentro de si mesmo
Explore o seu universo
E
Encontre-me
Observação: Poesia escrita quando o meu eu aprendeu a
perdoar e amar o meu eu.
Ermanno Noboru Medeiros
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