Deste pequeno
Nasce em um mundo de horrores
Deste pequeno
Nasci em um mundo de aberrações
Já estou acostumado
A apanhar
Já estou acostumado
A me cortar
Já estou acostumado
A me ferir
Já estou acostumado
A andar
Na linha da morte
Já estou acostumado
Já estou acostumado
Todo dia
É o mesmo dia
Já estou acostumado
Com esta rotina de ferida
Não sinto
Meu corpo anestesiado
A dor
É maior que meus sonhos
Todo dia
Brincadeiras sinistras
Malabarismo com facas e serras
Dando tiro pra cima
Se jogando nos espinhos
Esperando a próxima vitima
Na roleta russa
Todo dia
É o mesmo dia
Já estou acostumado
Com esta rotina de ferida
Não sinto
Meu corpo anestesiado
A dor
É maior que meus sonhos
Já estamos acostumados
Já estamos acostumados
Já estamos acostumados
Á assistir á morte atrás de um vidro
E não fazer mais nada
Porque estamos acomodados
Esperando a morte
Sentados no sofá
Nada mais assusta
Nada mais surpreende
Nada mais intriga
Porque
Já estamos acostumados
Já estamos acostumados
Já estamos acostumados
A viver
Com a morte
Ao nosso lado
Ermanno Noboru Medeiros
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