segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Um no meio da Multidão sem Expressão



Quando olho para o espelho
Vejo mais uma face branca
Um rosto sem detalhe
Algo sem expressão
Mais um perfil perdido na multidão

Há tantas pessoas
Por que se importar?
Se alguém morrer
Haverá quem substituirá
E pense bem
Uma boca a menos para alimentar

Roubaram a minha felicidade
Enquanto eu assistia a TV
Mudaram os meus conceitos
Mudaram o meu modo de ver
Eu era feliz e não sabia
Hoje não passo de um louco suicida
Eu só sei quem eu quero ser
Eu só sei quem repudio e odeio

Quem sou eu?
Quem é você?
Quem sou eu?
Quem é você?

Tento ser
Aquilo que vi em um resultado
Falado por alguém que não me conhece
Que apenas me rotulou e generalizou
Os meus pensamentos
E os meus desejos

Minha voz é perdida
Ao meio dos gritos
Exalados pela enorme multidão
Sou apenas mais um
Tentando imitar uma imagem

Roubaram a minha felicidade
Enquanto eu assistia a TV
Mudaram os meus conceitos
Mudaram o meu modo de ver
Eu era feliz e não sabia
Hoje não passo de um louco suicida
Eu só sei quem eu quero ser
Eu só sei quem repudio e odeio

Quem sou eu?
Quem é você?
Quem sou eu?
Quem é você?

Eu quero ser aquele cara do carro importado
Que é foco das câmeras
Assuntos dos programas de televisão
E comentados nas capas das revistas

Odeio em pensar em ser
Aquele mendigo sorridente
Ou um operário
Nem muito menos um funcionário

Sigo o que vejo na tela
Tento modelar o meu rosto
Não quero ser mais alguém jogado
Sigo esse bobo sonho
Em ser alguém que não conheço
Seguindo conselho de alguém de não me viu

Roubaram a minha felicidade
Enquanto eu assistia a TV
Mudaram os meus conceitos
Mudaram o meu modo de ver
Eu era feliz e não sabia
Hoje não passo de um louco suicida
Eu só sei quem eu quero ser
Eu só sei quem repudio e odeio

Quem sou eu?
Quem é você?
Quem sou eu?
Quem é você?


Ermanno Noboru Medeiros

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