quarta-feira, 9 de maio de 2012

A morte do Poeta


Quanta agonia
Quanta dor
Não aguento mais viver
Nesse plano de sofrimento
Pois em momento nenhum
Encaixei-me nesse sistema

Não conseguir ser
O que todos queriam
Vejam só
O ser que tornei

Eu apenas quis amar
Eu apenas quis acreditar
Que ainda era possível sonhar

Mas não era bem assim
O sistema mudou
E tudo transformou

Fui excluído por não aceitar
Um padrão medíocre de vida
Onde abro mão de tudo
Pra conseguir uma esmola de felicidade

Meu lugar não é aqui
Sinto isso bem no fundo
Que há um lugar
Melhor
Onde todos nos somos verdadeiros
Onde não há mentiras
Ou histórias mal contadas

Chega!
Eu não sei mais quem eu sou
Usando todo dia a mesma mascara
Que já esqueci
A minha verdadeira face

Confundi os meus princípios
Perdi os meus valores
Quase morri em meus conflitos

No fundo
Talvez eu seja
Apenas uma criança brincando de ser gente grande
Inventando teorias
Que explique os meus medos
Ou minhas tormentas

Para viver nesse sistema
Primeiro você tem que morrer
Pois no fundo
Somos todos mortos perambulando
Atrás de uma carniça
Que nos satisfaça

Sujar
Essa é a verdadeira moda
Gritos
Essa é a verdadeira música
Que toca em nosso meio

Você é inútil!
É o que todos falam
Pelo simples fato
Que você está fora de um padrão
Pregado por todos

Se você não serve
Pra compra
Ou muito menos abusar
Você está fora do padrão
Esse é a realidade

Sim!
Esse é o mundo
Esse é o meu medo

Sinto dor
Sinto rancor

Por favor
Alguém me ajude
Livre-me da dor que me consome
Livre-me da ira que me destrói

Pois já não sei mais
O caminho a ser seguido
Dentro do meu ser
Ele já foi divido
Vivendo todos os dias
Em conflitos
Formados por meus conceitos

A pergunta que perturba
Vale a pena
Viver fora do padrão?

Abrir mão dos sonhos
Abrir mão dos seus princípios
Tudo porque eles falam
Pra ser feliz você tem que ter um belo trabalho

Então me vejo
Em um lugar frio e vazio
Escrito assim:
Mate o seu lado poeta
E viva seu lado mercenário

Será assim
A vida que me persegue?

Abrir mão do que sou
Pra viver o que não quero
Para ser aquilo que não acredito
E viver uma vida estúpida

Perguntas são feitas dentro de mim
Duvidas e questionamentos
Fazem me perder

Será essa
A morte de um poeta?

Será esse
O fim de um poeta?

Será que é aqui
Que acaba a linha de um poeta?

Será que é aqui
Onde tudo acaba?

Ou será
Que tudo isso
É um começo de uma nova geração de escritores?








Ermanno Noboru Medeiros

Nenhum comentário:

Postar um comentário